domingo, 7 de setembro de 2014

A DESCONFIANÇA DA MATURIDADE: TEM QUE SER MESMO ASSIM?

Montei um grupo no facebook para os leitores do blog e para quem se interessasse em ler os posts, divulgar os seus e interagir, público maduro, claro, a partir dos 50 anos. Gente, qual foi minha surpresa: foi um fiasco! kkkkkkkkkkkkkkkkk 

Primeiro porque o povo não entende, acha que todo grupo no face é pra paquera automática, pra sedução compulsória (putz...adorei esse termo que acabo de inventar kkk). E não são só as mulheres não, homens também. E minoria, mas teve um que pediu pra ser adicionado ao grupo e logo postou... 

Como administradora eu tinha que aprovar os posts e tive que deletar muita coisa sem o menor conteúdo...ai, gente...que pobreza de espírito!

Mal foi adicionado o dito cujo - com todo o respeito, foi logo mandando foto de Don Juan de Marco depois da chuva e mandando ver: deu todos os números de celulares e pediu pra mulherada o adicionar no whatsApp.

Não publiquei, claro. Os objetivos do grupo não eram estes: não é assim que as coisas funcionam, a meu ver. Claro que com o tempo e a interação dos membros do grupo trocas de celular e tal até poderiam acontecer, normal...mas assim, na lata? Pra simples paquera sem fundamento?

O grupo durou algum tempo, sem a interação esperada, sem a participação ativa dos membros, com essas ocorrências bobas, fora as mulheres com fotos de "me come, pelamorrrrrrrrr de Deus" kkkkkkkkk Ah nemmmmm, que preguiça. 

Tentei por várias vezes levar o grupo, com 49 pessoas, a falar de livros que leram, atividades que praticam, coisas interessantes para trocar a respeito de saúde, qualidade de vida, autoestima, vida profissional, dicas de moda, beleza, reflexões sobre comportamento, mas sem sucesso algum. Como não ando mais a fim de perder meu tempo com coisas sem retorno, avisei a todos e acabei com o grupo.

Mas algo nisso tudo foi o que mais me impressionou: o receio, medo, desconfiança ou mero desânimo que os maduros e maduras têm em dizer o que pensam, em se mostrar como são. Teve uma senhora cuja foto de perfil era a de uma bonequinha, um desenho infantil. PQP, né? 

Vergonha de ser quem é, medo de rejeição, medo de tentar se relacionar e interagir com os outros...sei lá, senti isso nas pessoas por lá. Um falta de confiança em mim, como administradora, um desinteresse em ler sobre as mudanças boas e as conflitantes, da maturidade, desinteresse em ensinar aquilo que aprendeu ao longo da vida. Que pena...

Eu me prometo, sinceramente, fazer tudo para nunca ficar assim...desinteressada em estar cada vez melhor, mais equilibrada e sintonizada com meu tempo e minha idade e com tudo o que isso pode representar de bom. Não quero me tornar uma velha fechada em mim mesma e digo isso com propriedade, pois sei bem o que é rejeição, crítica, desprezo, indiferença, desilusões. Em todos os sentidos e áreas. 

Mas eu sou taurina, teimosa que nem mula e não posso me conformar em achar que a vida acabou só porque eu fiz 50 anos e sou uma pessoa completamente sozinha. Eu tenho a mim e enquanto eu me tiver, preciso cuidar de mim, preciso conservar o bom humor e a alegria de viver, porque no fundo isso é tudo. 

Tenho tido enormes decepções na minha vida, sobretudo nestes últimos anos, mas não posso desconfiar da vida a ponto de me esconder. 

Estou há 30 dias, depois de muitos anos, vivendo sem nenhuma medicação para a depressão que tratei por tanto tempo. Fui liberada dela e me liberei,pedi ao médico para parar de tomar. Pela primeira vez estou enfrentando um volume imenso de problemas e dores na alma sem anestesia. Isso tem sido riquíssimo pra mim. A vida vivida sem ensaio, sem camuflar sensações dolorosas, perdas e tristezas. 

Reagi muito bem à retirada do medicamento e sinto mesmo que dou conta de viver esse fio de navalha...na minha solidão madura, na minha consciência e coragem de encarar a vida. Tem valido muito a pena! Fácil não é...os medicamentos para depressão reprimem o choro, te fazem suportar o insuportável, te paralisam. 

Descobri que o remédio que tomava foi mais um vilão que um amigo, pois me fez permanecer na cegueira e na apatia, razão pela qual demorei tanto a tomar uma atitude de dar um basta num casamento bizarro: um marido homossexual, com sinais públicos e notórios...uma triste relação cujas consequências foram perturbadoras para todos os envolvidos. 

Pois é...olhar a vida sem viseira, sem tampar o sol com a peneira doi mesmo, mas a vida merece ser vista com olhos abertos e determinação. Quero ver quem pode mais: eu ou as minhas dores. Eu sei que sou eu, porque assim eu determinei. 

O grupo acabou, mas este blog está aqui, para contribuir de alguma forma com aqueles que precisarem. 

Um beijo, gente. 

3 comentários:

  1. Que bom, você não estar mais tomando remédio para depressão, um passo realmente importante.
    Claro que com o desempenho que vem demonstrando, vai conseguir tirar de letra.
    Bom ter mantido o blog, gosto da interação contigo, beijos querida.

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  2. Obrigada, Nila. Realmente, um dos grandes passos que consegui dar, tô muito feliz por isso. bjo

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  3. Que bom mesmo!!! Foi uma "bengala" para ajudar a caminhar( o remédio...), agora chutou a bengala porque já pode caminhar direita sem vacilar. E é muito bonito ver você sair correndo!! ;) É madura; então sua alma já não precisa de "make up"! ;) BEIJO da Portuga!

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