sábado, 21 de setembro de 2013

A SÍNDROME DE BURNOUT: A ESQUINA ONDE SUA VIDA PESSOAL E SEU TRABALHO SE ENCONTRAM. PREVINA-SE!


Outro dia mesmo eu comentei sobre esta síndrome, em minha aula de contação de história, no curso que faço, ao contar a história que escolhi, cujo tema principal é a resiliência, a capacidade de nos refazer diante da vida, com suas dores, perdas, frustrações e decepções...

Eu me lembrei desta síndrome como uma referência aos transtornos que podemos adquirir se não nos cuidarmos, emocionalmente, neste mundo cada vez mais desprovido de valores essenciais, como a amizade verdadeira, a simplicidade nos modos de ser e viver e os bons sentimentos, as boas intenções, um ambiente agradável de trabalho. 
E, claro, o prazer de viver experiências ricas de significado, principalmente na maturidade, quando temos a nítida sensação de que a vida já nos deu o que tinha que dar, agora só nos resta viver as consequências, boas ou más, de nossas escolhas. Já tive colegas, professoras, que acabaram entrando em ajustamento funcional, devido à síndrome e isso realmente me marcou. Achei este artigo muito bom e útil, por isso posto aqui, para todos os profissionais que por ventura venham a ler. 

Achei muito úteis todas as dicas dadas, mas quero  pontuar o seguinte: amar sua profissão, sua função pode ser a chave para te manter bem longe deste desgaste total. No meu caso, o que me mantém com muita energia apesar da minha vida pessoal e da desvalorização da minha profissão, da hostilidade dos ambientes em que atuo (escola não é um ambiente fácil e nem feliz, como deveria ser)...o que me alimenta é o amor e a compaixão que sinto pela criança que está ali, a minha frente, precisando e querendo aprender. É o amor pelo ser humano em desenvolvimento, é a noção da enorme responsabilidade que se tem como educador, que te faz caminhar, a despeito de qualquer coisa ou situação. Ou seja: manter uma relação de afeto com o elemento principal do seu trabalho é algo que pode sim, fazer toda a diferença entre se manter saudável ou adoecer, em função das condições adversas de uma atividade profissional. Gostar do que se faz pode ser como uma vacina, digamos assim (eu creio nisso). Vamos ler: 

"Em poucas palavras, a Síndrome de Burnout pode ser definida como um estado de esgotamento físico e mental em consequência de fatores ligados ao trabalho. A expressão inglesa “to burn out” significa “queimar-se, consumir-se por completo” e foi muito empregada em décadas passadas no esporte para referir-se a atletas que já tinham dado tudo o que podiam e não conseguiam mais manter o desempenho. Os primeiros estudos sobre esse problema foram feitos pelo psicólogo alemão radicado nos Estados Unidos Herbert J. Freudenberg, ainda nos anos 70. De lá para cá, não só o número de trabalhos científicos sobre o assunto se multiplicou, como também os casos identificados: segundo uma pesquisa publicada pela International Stress Management Association do Brasil (ISMa-BR), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros são vítimas da síndrome, considerada por muitos especialistas como o nível mais alto do estresse.

PREJUÍZO DUPLO

Evidentemente, a primeira e maior vítima do burnout é o profissional. Os sintomas podem ser físicos, que vão desde um “simples” cansaço até infarto do miocárdio; comportamentais, como impaciência e agressividade; e psíquicos, como falta de memória, fadiga crônica e estado depressivo. Por outro lado, também as empresas perdem, uma vez que terão funcionários pouco produtivos, além da possibilidade de licenças médicas. Estima-se que o Brasil tenha um prejuízo de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB, ou a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) anualmente devido à improdutividade relacionada ao burnout.

VÍTIMAS PREFERENCIAIS

Teoricamente, profissionais de todas as áreas estão sujeitos ao burnout. No entanto, estudos indicam que os mais afetados pelo problema são médicos e enfermeiros, seguidos de professores, psicólogos, assistentes sociais, policiais e bombeiros. Em comum, à exceção dos professores, são profissões que colocam o indivíduo em contato com outros, em geral, em situações desconfortáveis, de sofrimento e até morte. O fato de se sentir impotente diante de situações desesperadoras acaba gerando um estresse difícil de ser controlado, uma vez que a cada dia tudo pode se repetir.

SINTOMAS MAIS COMUNS

- Fadiga, apatia e desânimo constantes, mesmo quando se está de folga ou em férias;

- Irritabilidade, falta de concentração e baixo rendimento no trabalho;

- Baixa autoestima, insônia, palpitações, dores de cabeça e desordens gastrointestinais;

- Comportamento agressivo com os colegas de trabalho;

- Relacionamento cada vez mais distante com amigos e familiares;

- Uso de medicamentos ou bebidas alcoólicas para relaxar;

- Sensação de estar sobrecarregado(a) de trabalho o tempo todo;

- Vida sexual insatisfatória;

- Falta de perspectivas em relação ao futuro e sensação de que o trabalho não é recompensado como deveria;

PREVENÇÃO

O primeiro passo para se curar do burnout é reconhecer que sofre com o problema e buscar tratamento com um psicólogo, psiquiatra ou assistente social. Mas, tal como acontece com outras modalidades de estresse, o ideal é prevenir-se e evitar que o problema atinja o nível que exija tratamento.

Veja algumas atitudes que ajudam a evitá-lo:

- procure estreitar os laços familiares e de amizades fora do trabalho;

- pratique atividades físicas ou um esporte que lhe dê prazer;

- se possível, faça algum trabalho voluntário;

- se possui crença religiosa, dedique um pouco mais de tempo à sua religião;

- faça alguma terapia que proporcione relaxamento, como yoga ou tai chichuan, por exemplo;

- se a insatisfação com a profissão é muito grande, atualize o currículo e, se possível, arrisque uma mudança para alguma área que realmente goste;

- busque o autoconhecimento e respeite seus limites físicos e mentais;

- evite ao máximo levar trabalho para casa, especialmente nos finais de semana, que devem ser dias de descanso total;

- cuide da alimentação, evitando alimentos gordurosos e industrializados, bem como excessos, principalmente de bebidas alcoólicas;

- sempre que possível, dê uma pausa no trabalho, nem que seja para tomar um copo de água apenas e aproveite para fazer alongamentos, respirar fundo e dar uma relaxada de leve.

WORKAHOLISM

Nem sempre a causa da Síndrome de Burnout está na profissão em si, mas no indivíduo. Mais especificamente, no comportamento diante do trabalho. A situação tem até um termo específico: workaholism, um trocadilho em língua inglesa com as palavras work (trabalho) e alcoholism (alcoolismo). Assim, pode ser traduzida por vício em trabalho e descreve um dos comportamentos que mais geram o burnout. Em geral, o workaholic é perfeccionista, tem uma grande paixão por sua profissão e cobra muito de si mesmo (e dos colegas de trabalho). A princípio, parece ser algo positivo, pois é um indivíduo altamente produtivo. No entanto, devido a esse envolvimento intenso, quando há risco de perda do emprego ou os resultados esperados não são alcançados, o trabalhador se torna uma vítima potencial de burnout. O impacto de uma notícia negativa será sempre maior para esse tipo de pessoa, por isso, é preciso estar atento aos sintomas, que são bem subjetivos e silenciosos. Em geral, quando o workaholic chega ao extremo, já é tarde demais.

Fonte: UOL

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