domingo, 21 de outubro de 2012

REFLEXÕES SOBRE A LIBIDO


Energia vital, impulso sexual, força que emana do centro da sexualidade de todo ser humano saudável: a libido é o desejo que moveria todas as nossas ações, segundo Freud. 

Na adolescência, com o despertar dos hormônios e a puberdade, a libido aflora e ganha os contornos da sexualidade adulta, que virá em seguida. É o começo, o nascer de um desejo profundo de penetrar e ser penetrado, conhecer o próprio corpo e o corpo do outro, amar e ser amado, desejar e ser desejado.

Vivemos anos dourados...juventude dos sentidos, festa hormonal do corpo pronto para o amor e o sexo. 

Seguimos todos uma trajetória mais ou menos parecida: namoramos, perdemos a virgindade, nos casamos e geramos seres. Não necessariamente nessa mesma ordem, claro.

Com a vinda do primeiro filho a libido sofre sua primeira crise de identidade, principalmente para a mulher, cujo corpo de fêmea se torna corpo de mãe. Mãe que amamenta e se liga a outro ser para o resto da vida. 

O homem é um protagonista-coadjuvante nesse processo, por maior envolvimento que ele possa ter. Mãe é mãe. Pai é pai. As relações são diferentes em dimensão, intensidade e biologicamente falando. 

A libido da mulher passa pela primeira crise de paradigmas pois terá que ser reorganizada em função de um bebê, alguém que desconhece o que seja hora, tempo, relógio. A mulher aprende ou pelo menos tenta lidar com sua libido que sofre uma queda vertiginosa, tamanho o seu envolvimento afetivo com o filho. 

As noites incríveis de sexo forte dão lugar ao festival de fraldas e mamadeiras. A casa muda, o casal muda e precisa se adaptar à nova rotina e a sexualidade fica em segundo plano durante alguns meses ou até mesmo, anos. À medida em que o filho cresce o casal tenta retomar a vida sexual, fazendo os ajustes necessários.
Os anos passam, vem o segundo filho...novas adaptações. Os anos voam e num belo dia o casal se dá conta de que a libido se perdeu deles mesmos. Isso pode acontecer simultaneamente ou isoladamente: um dos dois se vê com a libido em baixa ou mesmo inexistente. 

E a questão é: o que fazer quando se perdeu o tesão pelo sexo? O que fazer quando o desejo sexual acabou antes mesmo de se chegar aos 50 anos? 

Sem a pretensão de esgotar o assunto, que é amplo, creio que pra começo de conversa é preciso que se busquem as causas e tratamento, investigação e ação, pois a libido no caminho da maturidade pode ser sim, plena, viva, forte. 

Procurar olhar para a relação com um olhar atento e encarar os fatos: será que o tesão acabou um com o outro ou acabou dentro da própria pessoa? Será que a libido está em uma crise hormonal feminina ou masculina? Como andam os níveis hormonais? Isso só um bom médico poderá investigar e orientar.

A baixa de libido antes dos 60, sob o meu ponto de vista leigo é algo que deve ser investigado, pois não é saudável perder o desejo sexual tão cedo ainda, justo num momento em que a expectativa de vida aumentou e que o fenônemo Viagra está ai, ao alcance de todos. 

Tudo bem, mas o que ocorre é um problema na origem do desejo, algo que antecede muito uma ereção: é a vontade em si e isso o Viagra e congêneres não resolvem. O Viagra trata a disfunção erétil, não a falta de interesse em fazer sexo.
A libido é a grande responsável pelo tesão, pelo desejo, pela vontade. Sem ela a pessoa se torna como que assexuada. Penso que os homens mais saudáveis  são aqueles que estão estão com a libido viva, mesmo tendo passado a juventude do corpo e da alma. 

A mulher, ser libidinoso por natureza, também precisa checar a quantas anda sua libido e acompanhar as mudanças de seu corpo e mente, sem perder o gosto, o tesão e a alegria de ser feminina e fêmea, Mulher. 

Deixo uma pergunta a todos e a mim mesma: quais os fatores mais afetam a libido na maturidade, a ponto de prejudicá-la, excluindo-se o fator hormonal? 

É uma proposta de reflexão...continuaremos a tratar do tema.

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